Scooter Honda ADV 2024 e seu sistema de Freio ABS

A Scooter Honda ADV é sucesso por uma série do razões. A primeira delas é seu design agressivo e caráter aventureiro, que não é só “fachada”, uma vez que os técnicos da Honda se preocuparam em dar ao modelo uma capacidade real para enfrentar a buraqueira e até mesmo trechos sem pavimentação.

Para isso, alguns detalhes técnicos são evidentes, como, por exemplo, os pneus mistos, aro 14 na dianteira e 13 na traseira, assim como as suspensões reforçadas e com o maior curso do segmento, nada menos do que 130 mm na dianteira e 120 mm na traseira.

A altura mais elevada do solo, se comparada a outras scooters, a saída de escape elevada e o guidão largo são outros detalhes que demonstram a “dupla personalidade” da ADV, a atitude de scooter que não escolhe caminhos.

Além de todos esses itens, há mais um importante aspecto técnico que diferencia a Honda ADV e que pode passar despercebido: o sistema de freios. Tanto na roda dianteira como na traseira, os freios são a disco. No entanto, apenas no freio dianteiro está presente o sistema ABS.

Uma análise descuidada poderia fazer pensar que a Honda quis “economizar” na ADV neste item, eliminando o ABS da roda traseira. Porém a verdade é que essa foi uma escolha técnica que tem a ver com as características da scooter, que, como dito no início, foi projetada para rodar inclusive em vias sem pavimentação.

O freio ABS é um importante recurso de segurança que, através de sensores ligados a uma central eletrônica, atua no sistema hidráulico do freio, evitando que a roda trave em frenagens mais bruscas. Evitar travamento reduz a probabilidade de perda de aderência, especialmente em pisos escorregadios.

Em scooters (ou motocicletas) cujo uso majoritário é feito em vias pavimentadas, ter o ABS nos freios de ambas as rodas representa fator positivo. Porém, em uma scooter como a ADV, a melhor solução é ter ABS só na dianteira. De fato, a possibilidade de poder atuar no freio da roda traseira e, eventualmente, travar a roda propositalmente é desejável em condições de uso em piso de terra.

A maior comprovação desse aspecto é constatar que nenhuma motocicleta destinada ao off road puro, tal como a Honda CRF 250L ou as poderosas CRF 450R, são dotadas de ABS. Mesmo a big trail CRF 1100L Africa Twin, que é equipada com ABS em ambos os freios, dianteiro e traseiro, possibilita que seja desligado o ABS da roda traseira quando usada em terrenos de piso solto.

Motociclistas mais experientes sabem que, se a roda dianteira travar em uma frenagem mais forte, a chance de evitar um tombo é mínima. Já travar a roda traseira – especialmente em uso off road – ajuda a pilotagem, sendo uma técnica muito comum não só para reduzir a velocidade com maior segurança como também ajudar a direcionar a scooter (ou moto) nas entradas de curvas mais travadas.

Já em piso pavimentado, em uma scooter leve e ágil como a Honda ADV a existência do ABS na roda dianteira é mais do que suficiente para garantir plena segurança nas frenagens mais acentuadas.